26 de novembro de 2008

Célula de Germinação

Um modo fácil de plantar e transplantar.

Produto comercial


Comprei recentemente, via Internet, um produto que me agradou muito chamado Jiffy Pellets. São pequenas células de turfa natural compactada que permitem germinar sementes de uma maneira fácil além de proporcionar um transplante sem perturbar ou incomodar as raízes, pois planta-se a célula com a muda, tudo junto. Gostei tanto que resolvi tentar algo parecido, com a mesma praticidade para plantar e transplantar. Após muita pesquisa e testes incansáveis cheguei ao que chamo de célula de germinação.


1 - Materiais Necessários

Para fazer de 30 a 36 células de germinação aproximadamente, com +ou- 8 cm de altura e 1 ½ polegadas de diâmetro, você precisa de:

1.1) 2 Kg de substrato rico em matéria orgânica.
1.2) 1 envelope de gelatina em pó sem sabor de 11g (no caso da foto, já diluído);
1.3) um pedaço de cano de PVC 1 ½ ou de 2 polegadas de aproximadamente 6 cm de comprimento (esses valores podem variar de acordo com o tamanho que você deseja a célula final), ou algo que poça substituir com uma lata de massa de tomate pequena sem as tampas superior e inferior;
1.4) pedaço de madeira do diâmetro do interior do pedaço de cano ou algo que possa ser encaixe perfeitamente ao diâmetro interno do cano e que sirva para prensar o substrato. Esse da foto foi feito por meu amigo marceneiro Flavinho;
1.5) algo para fazer um pequeno furo nas células prontas, onde se depositarão as sementes (nesse caso, um pincel);
1.6) as sementes a serem plantas.

Matérias necessários

2 - Procedimentos

2.1 - esterilize o substrato colocando 1kg em uma vasilha alta coberta com filme plástico. Leve ao microondas por 90 segundos na potência máxima;
2.2 - siga as instruções do rótulo para dissolver e preparar todo o conteúdo do envelope da gelatina;
2.3 – acrescente 250 ml de água à gelatina preparada;
2.4 - coloque o substrato em um balde;
2.5 - vá jogando a gelatina dissolvida aos pouco por cima do substrato e misturando com as mãos. O ponto da mistura é quando você conseguir fazer uma bolinha do substrato úmido com as mãos e ver que ela está bem firme sem se desfazer facilmente. Para chegar a esse ponto, talvez não seja necessário usar toda a água.
2.6 - vá enchendo o cilindro de PVC com o substrato umedecido e, depois de cheio até a boca. Apóie o cilindro de PVC em uma superfície dura. Coloque o pedaço de madeira na parte superior de cilindro de PVC e prense forte até compactar bem o substrato (foto abaixo).
2.7 - retire suavemente a célula de germinação pronta baixo do cilindro.
2.8 - com a ponta do pincel, de um lápis ou outra ferramenta qualquer, faça um pequeno furo no centro da célula de germinação.
2.9 - coloque a semente no furo e cubra com um pouco de vermiculita ou mesmo substrato seco. Não precisa molhar pois a umidade natural da célula já e suficiente para a germinação das sementes.
2.10 - coloque a célula de germinação em uma estufa, que pode ser uma caixa de plástico transparente, uma queijeira ou outro artefato que deixa a claridade entrar e não deixe a umidade sair.

Enchendo o PVC e prensando

Célula pronta


Pronto, agora é só colocar a sua estufa improvisada em um local que receba luz indireta durante o dia e aguardar a germinação da suas sementes e transplanta-la quando estiver pronta.

Células nas “estufas”


Semente germinada

3 - Dicas:

3.1 – Já usei 4 tipos de substratos que deram certo:
A - 75% de composto orgânico bem curtido + 25% de húmus de minhoca;
B - 75% de composto orgânico bem curtido + 22% de húmus de minhoca + 3% de torta de Nim;
C – 60% de composto orgânico bem curtido + 30% de húmus de minhoca + 10% de casca de arroz carbonizada;
D – Composto orgânico comercial: misturando para cada 10Kg de composto orgânico, 250 grs de farinha de osso e 300 grs de cinza de madeira. Deixe curtir por uma semana e depois use.


3.2 – Cheguei a acrescentar, com grande sucesso, ao substrato esterilizado um fungo chamado Trichoderma. Ele evitar o aparecimento de fungos patogênicos como Fusarium spp, Phytium spp, Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfssi, etc. Esses fungos patogênicos provocam tombamento das mudas (damping off) e outros prejuízos;


3.3 – Hoje em dia uso o substrato "D", descrito no 3.1 acima, com Kenki Bokashi que me dá as mesmas vantagens do uso do Trichoderma;


3.4 - Se for usar Trichoderma ou o Kenki Bokashi faça o procedimento descrito no ítem 2.1 acima antes de mistura-los ao composto, pois o mesmo elimina todos os microorganismos benéficos que foram adicionados.

4 - Fontes:

- Substratos e Viveiros – Maciel, Milton – Ed. SoloVivo – Série Auto-Suficiência – 1998
- How do I clone in peat pellets? www.420magazine.com
- Testes incansáveis :)